quarta-feira, 24 de junho de 2009

MODA : A ARTE DE VESTIR

A mostra apresenta moda com intenção de compartilhar a moda como forma de expressão e não apenas como um produto a ser colocada à venda.
Por Cristina Lins de Albuquerque

Entre os dias 7 e 13 de junho, ocorreu em São Paulo a exposição NOVO: EXPRESSÃO DE MODA. Um projeto idealizado por Carolina Semiatzh que acabara de formar-se em moda. Os jovens estilistas inovaram em apresentar as peças expostas como obras de arte.
E apesar de São Paulo ser uma grande metrópole, muitas pessoas tem dificuldade de criar um estilo, de fazer a sua própria moda.
Para Mariana Rico, uma das primeiras visitantes do espaço, “moda é muito mais que roupa, ela expressa personalidade. Você pode contar uma história pela moda. Moda queira ou não, é atitude,é personalidade, é opinião, e pode até ser um protesto, um meio de você mostrar que não concorda com as coisas”. Virgínia Walton, outra visitante completou que a “roupa é uma extensão do seu corpo. Então, moda é uma forma de você se expressar”.
Moda é não é apenas luxo e glamour, entre várias análises modernas, moda poder ser considerada como uma arte. Foi com esse pensamento que a equipe NOVO, composta por Cacá Semiatzh, Teca Pasqua e Edo Belleza promoveram um ciclo de palestras ministradas por pesquisadores e renomados profissionais, que ocorreu paralelamente à exposição, que moda não é apenas ver mulheres desfilando em uma passarela. “Queremos mostrar que moda tem a intenção de agregar, e é justamente por isso que não tem quase nada em busto (manequim), nos queremos dar esse caráter de arte, porque, entendemos que moda é arte” disse Fernando Zelman da Galeria Central, um dos realizadores do evento.
Outro fator que o grupo pretende transformar é desmistificar o pré- conceito de que moda é futilidade, segundo a pesquisadora Maria Eduarda, Doutora em Ciências Sociais, a moda é a essência para se começar a se expressar. No entanto, é preciso ter cuidado para não confundir moda com estar na mídia, na televisão por exemplo, contrapõe a jornalista especializada em moda, Astrid Façanha.
No Brasil, temos apenas 23 anos de escolas de moda, enquanto a França possui mais de 170 anos, afirma João Braga. Esse fator certamente deve ser citado para justificar a resistência da sociedade em aceitar a moda com naturalidade, como acontece em Londres, por exemplo. “O consumidor aqui no Brasil não tem cultura de moda, o brasileiro segue o que está na novela, ele segue a imagem, ele segue a imagem ele nem sabe exatamente o que ele gosta. Ele não vai comprar porque sabe que aquele produto vai vestir bem no corpo dele ou se a empresa da uma boa condição de trabalho na fábrica. Aqui, as pessoas na rua são ainda muito caretas, qualquer coisinha que a gente coloca fica olhando de canto de olho, estranham. Mesmo em Nova Iorque, que é uma cidade bem parecida com São Paulo, as pessoas lidam com a tendência de forma muito diferente. E é isso que a gente esta trazendo: novas identidades e um conceito para a moda” declara Marcela Zambardino, uma das expositoras.
O responsável pela Galeria Central, Danilo Blanco, afirmou que parece ter uma visão paradoxal comparada aos grandes eventos da área, principalmente no Brasil, ao ressaltar que estão mostrando para a grande massa um novo conceito. Os protagonistas da moda brasileira deveriam estar mais compromissados com o processo educativo, caso exista esse compromisso. Claro que existem ações mais pontuais, mas a gente vai na contra mão da moda quando tem o lado educativo tão forte quanto as ações. Queremos dar um complemento às passarelas, um educativo de tudo isso que permeia o NOVO,  completou Fernando, sócio de Danilo, na Galeria Central.
Conclui-se que a equipe NOVO já está programando outras edições do evento, sempre com novos talentos, buscando atingir várias instituições no Brasil todo e não só estilo, mas sim outros segmentos segmentos do mundo da moda. Precisamos aumentar o número de ações educativas, para despertar o interesse de uma cultura de moda no país e criar uma identidade cultural, que permeia em várias facetas pela sua diversidade cultural e étnica. Essa iniciativa que aconteceu na Galeria Olido é um ótimo início.

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